Mulheres que apoiam e aconselham novos empreendedores a se destacarem no mundo dos negócios
Dentro dos ciclos de aceleração do programa InovAtiva Brasil, um dos papéis mais importantes são os dos mentores. São eles os responsáveis por instruir e direcionar novos empreendedores a aprimorarem seus negócios e gerar o crescimento pessoal e profissional. Parte desses profissionais de sucesso são mulheres que, com muito trabalho e determinação, conquistaram seu espaço no mundo dos negócios. Assim como na última reportagem, que mostramos empreendedoras que são exemplos para outras mulheres, o InovAtiva Brasil entrevistou, dessa vez, mulheres que doam seu tempo para indicar formas de fazer com que os projetos dos outros se desenvolvam com excelência.
A carioca Clarissa Luz é advogada e empresária e dedica seu tempo a plataforma Nós 8. Um ambiente em que ela e outros sete mentores oferecem um knowledge sharing para empreendedores, universitários criativos, desenvolvedores de aplicativos e profissionais de outros ramos. Eles podem tirar dúvidas sobre suas ideias e startups, fazer consultas, mediar conflitos e contar com a assessoria de oito especialistas sem ter que pagar por isso.
“Com meu trabalho ajudo a tirar soluções inovadoras do papel, que possam ser úteis aos problemas e lacunas do nosso país. Ainda vivemos uma cultura machista, com desigualdade de salários e falta de espaço no mercado. No mundo corporativo, são raras as CEOs mulheres. Em escritórios que trabalhei, menos de 5% eram advogadas e as grávidas corriam risco de demissão. Considerando que a maioria das mulheres empreendedoras estão na faixa dos 30/40 anos, existe a grande dificuldade em conciliar o negócio com o tempo a ser devotado à família”
Claudia Lopes é administradora de empresas e mora em São Paulo. Após 15 anos na área de Consultoria da PricewaterhoseCoopers e IBM, em 2011 começou a trabalhar como empreendedora. Montou o e-commerce presentensforyou. Logo depois de vender a plataforma, começou a investir no mercado imobiliário, com carteiras de imóveis.
“Cada vez mais vejo mentoras em eventos de startups e programas de aceleração. A mentora tem um papel importantíssimo e muita dedicação na avaliação e validação de cases. Projetos mentorados por mulheres ou que tenha mulheres na equipe tendem a ser mais bem sucedido. Cada vez mais teremos mentoras e investidoras em startups, seja de Impacto Social ou Tecnologias de Inovação”.
A carreira de empreendedora da curitibana Ariane Côrtes nasceu junto com sua gravidez. Com desejo de crescer profissionalmente e acompanhar o crescimento da filha, ela decidiu abrir a Aurora Consultoria, Assessoria e Treinamento. Nela, podia usar conhecimentos e a experiência que tinha para trabalhar e ter mais tempo da família.
“Existem algumas barreiras invisíveis que são pouco discutidas, como é o caso de você ter a credibilidade do seu trabalho questionada pelo simples fato de ser mulher. Acontece muito e o tempo todo. Outra coisa é as pessoas associarem características femininas a comportamentos não desejáveis nos negócios, como a afetividade, o acolhimento, o olhar para os detalhes. E, ao contrário do que historicamente tem se disseminado, isso torna o desenvolvimento dos negócios mais humanizado, mais leve, mais próspero. Ou seja, são características muito positivas”.
Publicitária com MBA Executivo e Especialização em Marketing, Kelly Galesi mora em São Paulo e trabalha há muitos anos em áreas de Inovação de grandes empresas, como a Brasil Foods. Dentro das empresas que passou, os desafio de inovação nas multinacionais são as mesmas batalhas de uma startup que a cada dia precisa disseminar, fomentar e provar que a empresa tem futuro.
“Na verdade, essa vontade sempre me perseguiu. Cresci vendo meu pai empreender por diversas vezes em sua vida e isso sempre me despertou curiosidade e vontade de fazer o mesmo. É fascinante o fato de você acreditar em você mesmo, em seu potencial e saber que pode ir longe com isso e ajudar diversas pessoas ao seu redor. E como mulher atuante nesse cenário, posso afirmar que em momento algum senti tratamento diferente por conta disso nas interfaces e experiências que tive. Costumo dizer que quem faz o preconceito existir são as próprias pessoas, pois ele pode estar nelas, mas não encontrará espaço para prosperar se os demais não derem liberdade e condição para isso. Por isso, mulheres nem deveriam pensar nisso. É questão de acreditar em si própria! E para empreender, essa é a lição número um”.